sábado

Segredos

Todos temos segredos, por mais que tentemos ser transparentes há sempre alguma coisa a esconder. Eles aparecem porque não nos sentimos confortáveis com a verdade, com necessidade de a guardar só para nós. É aí que nasce “o segredo”.
Mas os segredos precisam de companhia, tal como a tristeza, o que é um problema. Porque quando já estamos inchados de segredos – aqueles que fazem companhia uns aos outros - começamos a sentir que vamos rebentar. Se não os contarmos depressa, nem que seja só um, só para aliviar, começa a custar mesmo muito. A responsabilidade de saber dos segredos tem um peso incalculável. É aí que decidimos dividi-lo com alguém.
Bons ou maus, os segredos, depois de contados, já são conhecidos. Já não há volta a dar. Eles já não precisam mais do suborno da companhia para se manterem calados.
Quando os nossos segredos se tornam conhecidos, já não temos de nos esconder mais por detrás deles. Só nos falta a coragem para aparecer.
Estamos sempre à procura de segredos. Não dos nossos, que guardamos cuidadosamente, mas os dos outros. É uma incontrolável caça aos segredos. Já carregamos os nossos, mas ainda sentimos a necessidade de carregar mais uns quantos. Não há descanso enquanto não encontrarmos um bom segredo.
Procuramos, procuramos, procuramos. Finalmente, quando os encontramos, temos duas saídas. (Paramos, respiramos e ouvimos)
O que acabamos de descobrir soa completamente inesperado. Porque é que demos tanto de nós atrás do segredo? Agora sabemos que era preferível nunca o termos sabido.

2 comentários:

  1. Maduuu!Gosto tanto deste texto! Acho que tens razão em relação ao ultimo paragrafo!
    Escreves muito bem minha Mady!
    Adoro-te muito leaozinho!
    Mar

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  2. Eu sabia que só poderias ter sido tu.
    Gosto muito de ti.
    Da sempre tua, leãozinho.

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