domingo

era tudo o que eu precisava. tudo - nunca poderia pedir mais. ainda há coisas. há fomes e gritos. gritos vómitos e desesperos. e depois não sei o que lhe fazer, se lhe segurar o cabelo (tento), se uma festinha no canto do olho...
fico sempre à espera.
fico sempre à espera da sua resposta.
para a próxima jogo pelo seguro, diz ela. e afaga o cotovelo que vinca a enorme nuvem branca que veste. olha-se de perto, semicerra os olhos - o que terei sido na outra vida? pega naquele bocadinho ali de cabelo e estica-o, vira-se e toca o ombro. quem está aí? finge sorrir. aborrece-se. arrependendo-se da sua tolice tenta apenas não pensar. foi um longo dia.