quarta-feira

Volta, peço-te.

segunda-feira

Spinning, laughing, dancing to
her favorite song
A little girl with nothing wrong
Is all alone

Eyes wide open
Always hoping for the sun
And she'll sing her song to anyone
that comes along

Fragile as a leaf in autumn
Just fallin' to the ground
Without a sound

Crooked little smile on her face
Tells a tale of grace
That's all her own

Fragile as a leaf in autumn
Just fallin' to the ground
Without a sound

Spinning, laughing, dancing
to her favorite song
She's a little girl with nothing wrong
And she's all alone
A little girl with nothing wrong
And she's all alone


Norah Jones, Seven Years

sábado

Chama-se falta de alma.

Não tenhas medo que estou aqui. Podes contar sempre com isso. Não tenhas medo do monstro que está debaixo da cama, ou de ficar sozinha no escuro. Podes encostar-te a mim. Deitar-te no meu colo e esquecer que te digo que não gosto propriamente de falar ao telefone, e que ficas amuada porque somos completamente diferentes e tu não passas sem esse bicho. Obriga-me a conhecer-te, sempre que te apercebas que as discussões já não são diárias e temes (pateticamente) que deixe de me rir das tuas piadas. Deita-te no meu colo e deixemos as manias de lado. Deixa-me que te faça mil e um possíveis penteados nesse teu comprido cabelo chocolate enquanto te falo que a vida é mesmo assim. Esqueçamos as aparências e a pressa de crescer. Obriga-me agora a atender o telefone e insiste como sempre nas novidades. Escuta as palavras caras que tanto gostas em mim. Deixa então que as horas corram e que o telefone se desligue quando marcar os 60 minutos que posso dizer-te - bem passados. Vamos concordar que nada é perfeito e que as pessoas têm apenas falta de chá. Fala-me dos olhares de ontem e hoje e em que pé anda a tua vida. Elogia o meu optimismo, pede-me palavras caras entornadas de chá e interrompidas pela maldita tecnologia. Faz-me chorar, a rir de cada vez que cair - sabes, é por essas e por outras que quando me levanto entre resmunguices e embaraços, te pareço mais alta. É nesses teus momentos em que esqueces quem tentas ser, e simplesmente és, que mais me ensinas. Soltas palavras só para mim, que finges não ter dito. Não tenhas medo que estou aqui. Podes chorar traições e injustiças, vou continuar a imaginar penteados nesse teu cabelo chocolate, digno de uma princesa. Não tenhas medo do monstro que está debaixo da cama, ou de ficar sozinha no escuro, tal criança que repetes já não existir em ti. Não gosto de falar ao telefone, é um facto. Tenho que saber de ti.



Procura-me. Peço-te, nunca hesites em ligar.

sexta-feira

amarelo piriquito.

sábado




E eu que nunca gostei de finais abertos, porque queria sempre saber como acabava a história.

quinta-feira

Só podia ser ela. Era a única que fechava atrás de si aquela porta, tal como eu gostava. E ela fazia-o. Esgueirava-se lá para dentro e fechava a grande porta preta. Eu ria-me, parecia que me adivinhava. A grande porta preta ficava ali mesmo, intacta. Impondo todo o seu respeito. E não se ouvia o mínimo barulho, o mais pequeno som. Toda a casa era silêncio. E eu esperava. Esperava até ouvir o som da grande porta preta a abrir-se novamente, devagar. Como só ela fazia. Devagar, muito devagar, assegurando-se de que nem o Sr. silêncio a poderia denunciar. Esperava, só para ver a sua cabeça inclinar-se, ao sair por entre a grande porta preta enquanto que duas madeixas de cabelo caiam distraidamente sobre os seus grandes e vivos olhos. Esperava o tempo que fosse preciso para lhe ver mais uma vez aquele doce sorriso que me convidava finalmente a entrar.